quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

zennn

Flutuo, de olhos fechados e um sorriso sinistro na minha face demonstra, na realidade, puro prazer. Sinto-me pesar o peso do ar que respiramos, como se fizesse parte dele. O ar frio que toca a minha pele não me arrepia nem arrefece. Continuo assim por segundos, esqueçendo-me por completo do sítio onde estou e do que estou a fazer. Penso em tudo como um todo, sem excepções, sem tristezas. O sorriso permaneçe.

Abro os olhos. Apercebo-me que ando na rua, numa noite de Inverno, com as mãos nos bolsos do casaco e auscultadores nos ouvidos. Olho para o céu. Estrelado. Limpo. Ou pelo menos o mais limpo que se pode ter numa zona citadina. Sorrio de novo. A rua está deserta. Apenas algumas luzes de algumas casas estão acesas, mas ninguém se encontra à janela ou na varanda. Está tudo de mantinha no sofá, a ver televisão - penso eu -, enquanto eu tenho um dos meus melhores momentos solitários e talvez até deprimente.

Volto a fechar os olhos sem perder a noção de que andava em direcção da casa do meu namorado. "We are the innovators, they are the imitators" é a frase que entoa na minha cabeça e que eu trauteio no mesmo momento em que a oiço. A sensação de leveza continua a dominar o meu corpo.

Com o caminho já no fim, continuo a aproveitar aquele momento. Chego a sua porta, ando na sua direcção e, no momento em que retiro os auscultadores dos ouvidos, tudo pára. Eu caio na realidade. Ele recebe-me de sorriso nos lábios e com um beijo à minha espera. O meu mundo. O nosso mundo. Com alguns momentos mais zen à mistura.



http://www.youtube.com/watch?v=5OMpaFvTOFk - a culpa é tua.